quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Filho de Netuno III


Capitulo III
Parte Quatro

Percy olhou para seus próprios braços. Alguns arranhões, lama, e
uma mancha de Crispy Cheese ‘n’ Wiener, mas sem tatuagens.
            — Então você nunca foi um membro da legião. — Reyna disse. —
Essas marcas não podem ser tiradas. Acho que talvez… — Ela balançou a
cabeça, como se estivesse descartando uma idéia.
            Hazel deu um passo à frente.
            — Se ele sobreviveu sozinho todo esse tempo, talvez tenha visto
Jason. — Ela se virou para Percy. — Você nunca viu um semideus como nós
antes? Um cara de camisa roxa, com marcas no braço…
            — Hazel. — A voz de Reyna era firme. — Percy já tem o bastante
com que se preocupar.
            Percy tocou a ponta de sua espada, e Contracorrente voltou para a
forma de caneta.
            — Nunca vi ninguém como vocês antes. Quem é Jason?
Reyna deu um olhar irritado para Hazel.
            — Ele é… era meu colega. — Ela apontou para a segunda cadeira
vazia. — A legião normalmente tem dois pretores (Pretor (em latim Prætor)
era um cargo associado à carreira política na Roma Antiga. Havia vários tipos de
 pretores, entre eles o "pretor urbano", que cuidavam da cidade de Roma, e o “'pretor
 peregrino”, que cuidava da zona rural e da relação com as comunidades estrangeiras.)
 eleitos. Jason Grace, filho de Júpiter, era nosso outro pretor até desaparecer em Outubro.
            Percy tentou calcular. Ele não prestou muita atenção no calendário
no deserto, mas Juno tinha mencionado que agora era Junho.
            — Quer dizer que ele já se foi há oito meses, e vocês não o
encontraram?
            — Ele pode não estar morto. — Hazel disse. — Não vamos desistir.
            Reyna fez uma careta. Percy teve a impressão que esse Jason devia
ser mais que só um colega.
            — As eleições só acontecem de duas maneiras. — Reyna disse. —
Ou a legião coloca alguém como um escudo depois de uma grande batalha –
e não tivemos nenhuma grande batalha – ou temos uma votação na noite de
24 de Junho, na Festa da Fortuna. Que será em cinco dias.
            Percy franziu o cenho.
            — Vocês têm uma festa para tuna ? * (Em inglês tuna significa Atum,
Percy confunde as palavras, mas não faz muitosentido traduzido.)
            — Fortuna. — Hazel corrigiu. — Ela é a deusa da sorte. O que quer
que aconteça no dia da festa pode afetar o resto do ano. Ela pode conceder
ao acampamento boa sorte… ou muita má sorte.
            Reyna e Hazel olharam para a cadeira vazia, como se estivessem
pensando no que estava faltando.
            Um arrepio trouxe Percy de volta.
            — Uma Festa da Fortuna… As górgonas falaram disso. E depois
Juno. Eles disseram que o acampamento seria atacado nesse dia, alguma
coisa de uma deusa malvadona chamada Gaia, e um exército, e a Morte
sendo libertada. Está me dizendo que esse dia é nessa semana?
            Os dedos de Reyna apertaram o punho da adaga.
            — Você não vai falar nada sobre isso fora desta sala. — Ela
ordenou. — Não quero você espalhando mais pânico nesse acampamento.
            — Então é verdade. — Percy disse. — Sabe o que vai acontecer?
Podemos parar isso?
            Percy tinha acabado de conhecer aquelas pessoas. Ele nem tinha
certeza se gostava de Reyna. Mas queria ajudar. Eles eram semideuses, o
mesmo que ele. Tinham os mesmos inimigos. Além disso, Percy se lembrou
do que Juno tinha dito a ele: não era só o acampamento que estava em risco.
Sua antiga vida, os deuses, e o mundo inteiro seriam destruídos. O que quer
que esteja vindo, era enorme.
            — Já conversamos o suficiente por enquanto. — Reyna disse. —
Hazel, leve-o ao Templo do Morro. Encontre Octavian. No caminho pode
responder as perguntas de Percy. Fale sobre a legião para ele.
            — Sim, Reyna.
            Percy ainda tinha muitas perguntas, parecia que seu cérebro iria
derreter. Mas Reyna deixou bem claro que a audiência havia acabado. Ela
embainhou a adaga. Os cachorros de metal se levantaram e rosnaram,
avançando lentamente na direção de Percy.
            — Boa sorte com o agouro, Percy Jackson. — ela disse. — Se
Octavian te deixar viver, talvez possamos comparar as notas… sobre seu
passado.

Fim do capítulo III

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