quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Filho de Netuno II

Capítulo II
Parte Quatro


No topo das Torres de vigia, trompas soaram. As sentinelas tiraram e
miraram os arcos na direção das górgonas. Annabeth, Percy pensou. Ele
entrou no rio. Era gelado, muito mais que imaginava, mas não importava
para ele. Uma nova força surgiu por seus membros. Seus sentidos
formigaram como se tivesse sido injetada cafeína nele. Ele chegou ao outro
lado e colocou a mulher no chão enquanto os portões do acampamento se
abriam. Dúzias de crianças de armadura saíram. Hazel deu um sorriso
aliviado. Então olhou por cima do ombro de Percy, e sua expressão mudou
para horror.
             — Frank!
             Frank estava no meio do caminho pelo rio quando as górgonas o
pegaram. Elas desceram do céu e o agarraram em cada braço. Ele gritou de
dor enquanto as patas arranhavam sua pele.
             As sentinelas gritaram, mas Percy sabia que eles não podiam atirar
livremente. Eles acabariam matando Frank. As outras crianças
desembainharam as espadas e estavam prontas para entrar na água, mas
estavam atrasadas.
             Só havia um jeito.
             Percy impulsionou as mãos. Uma sensação intensa e desagradável
preencheu seu intestino, e o curso do rio Tibre obedeceu a seu comando. O
rio se elevou de cada lado de Frank. Mãos gigantes de água surgiram do
córrego, copiando os movimentos de Percy. As mãos gigantes agarraram as
górgonas, que derrubaram Frank, surpresas. Então as mãos levantaram os
monstros que gritavam com seus punhos líquidos. Percy ouviu as outras
crianças gritarem e recuarem, mas continuou focado em sua tarefa. Ele fez
um gesto esmagador com seus pulsos, e as mãos gigantes afundaram as
górgonas no Tibre. Os monstros chegaram ao fundo e viraram pó. Nuvens
brilhantes da essência das górgonas lutavam para se refazer, mas o rio os
separou como um liquidificador. Logo, todo o traço das górgonas tinham
descido rio abaixo. Os redemoinhos sumiram, e a correnteza voltou ao
normal.
             Percy ficou na margem. Suas roupas e pele soltavam vapor como se
as águas do Tibre o tivessem dado um banho de ácido. Ele se sentiu exposto,
sensível... Vulnerável.
             No meio do Tibre, Frank tropeçou, parecendo aturdido, masperfeitamente bem. Hazel nadou até ele e o ajudou a chegar até a margem.
Só então Percy percebeu que as outras crianças haviam ficado quietas.
             Todos estavam olhando para ele. Só a senhora, Juno, parecia não
estar abalada.
             — Bem, foi um passeio adorável. — Ela disse. — Obrigada, Percy
Jackson, por me trazer ao Acampamento Júpiter.
             Uma das garotas pareceu chocada.
             — Percy... Jackson?
             Soou como se ela reconhecesse seu nome. Percy focou nela,
esperando ver um rosto familiar.
             Ela era obviamente uma líder. Vestia um manto roxo majestoso
debaixo da armadura. Seu busto estava decorado com medalhas. Devia ter a
idade de Percy, com olhos escuros perfurantes. E cabelo preto longo. Percy
não a reconheceu, mas a garota o encarou como se o tivesse visto em seus
pesadelos.
             Juno riu com prazer. — Ah, sim! Vocês vão se divertir muito juntos!
             Então, só porque o dia já não tinha sido estranho o suficiente, a
senhora começou a brilhar e mudar de forma. Ela cresceu até virar uma
deusa de dois metros de altura em um vestido azul, com um manto que
parecia pele de bode sobre seus ombros. Seu rosto era severo e espantoso.
Em sua mão estava um cajado com uma flor de lótus no topo.
             Se fosse possível os campistas parecerem mais pasmos, eles
conseguiram. A garota de manto roxo se ajoelhou. Os outros seguiram a
líder. Uma criança caiu tão rápido que quase se cortou com a espada.
Hazel foi a primeira a falar.

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